10. Sociedade positiva - Da escuridão da noite para o mundo do dia



No mundo escuro da noite não há liberdade, é fácil de se enganar quanto ao rumo e é inconveniente para as atividades do cotidiano. O mundo atual onde acontecem muitos erros, é como se fosse uma noite escura, e numa noite escura caminhamos e efetuamos serviços com a ajuda das lanternas. Mesmo assim, o caminho é longo e cansam as pernas. O campo visual é estreito e é difícil aumentar a eficiência. Com medidas improvisadas como tochas, lamparinas e lanternas, é bastante difícil mudar para um mundo claro e correto, bom de se morar.

Nós estamos em atividades, sob o projeto de reviravolta para uma sociedade do dia, calorosa, clara e alegre, mudando o rumo desde a sua raiz. Sem ficar retrativo, mas ativo, sem ficar negativo, mas positivo, sem ser mudo paralisado, mas livre e com atividade, sem ver as coisas de maneira desistente, desenhamos os sonhos e planejamos o avanço e progresso. Sem ir por atalhos estreitos, é um plano social que avança a estrada larga, com bastante força e atividade. Colocando a importância nas coisas fundamentais e essenciais sem ficar presos a folhas, galhos, pontas e camadas superficiais, fazemos do todo e geral um estado claro do dia com o raiar da luz do amanhecer sobre o mundo turvo de confusões, horrível, onde transitam mil demônios.

A maioria dos crimes são efetuados na noite, mas é porque está num estado fácil de se cometerem crimes. Por mais que tentem controlar, vão surgindo um após outro, e as desconfianças, ódios, iras, roubos, disputas e matanças não vão desaparecer.

Como não acontecem estas coisas erradas neste mundo do dia, as leis que amarram as pessoas também desaparecem naturalmente, e existe aí uma vida confortável sem vigias rigorosos nem cercos e paredes.

Depois de vários séculos seguidos de sociedade incoerente e opaca, as pessoas, em preconceitos parecidos com desistência, sem perceber o erro como erro, talvez acreditando que para caminhar é necessária a lanterna, e que o mundo é algo tão escuro, passam totalmente desinteressadas. Houve vezes que, percebendo isto, pregou-se a reforma, e até a executaram à força. Mas sem atingir a conclusão máxima, há tempos se empurram entre si. Atualmente, mesmo com estas explicações, são poucas as pessoas que tentam enxergar isto, e se não forem pessoas bastante progressivas ou com sensibilidade jovem, é provável que não entendam de imediato.

Para as pessoas que acreditam que o dinheiro e bens materiais são tudo na vida humana, provavelmente não passam de estórias de sonhos de quem não tem o que fazer, um estorvo, um incômodo, e mesmo para as pessoas que estão no caminho, é provável que escutem como se fossem imaginações inatingíveis.

Mas não tomamos as coisas como impossíveis só porque não foram possíveis até agora, nem tentamos mostrar as coisas impossíveis como se fossem possíveis. Temos um projeto realizável, os meios e a certeza, e vamos tentar dar um ponto final neste mundo da noite cheio de erros. Vamos abrir o portão da utopia onde transborda somente a verdadeira felicidade que não se abala eternamente e vamos receber o mundo do dia.

Aí brilha a luz do Sol, em meio ao ar límpido e transparente se estende o jardim de flores exalando aroma, as frutas com sua doçura esperam as pessoas, todas as vozes e tudo que se vê são alegrias que não conhecem o cansaço. Dentro da harmonia de alegria e gozo, cada um cultiva as suas habilidades, as inteligências cultivam as inteligências, deixando crescer naturalmente o instinto sublime que deseja o alto sobre o alto e o melhor ainda sobre o melhor, aprofundando na mais profunda pesquisa e alcançando a verdadeira razão. E toda a humanidade, sem nenhuma falta, pode saborear e gozar totalmente a verdadeira vida humana.

O jardim do Éden ou o paraíso vai se realizar neste mundo. As formas de ser da humanidade desde a política, economia, sociedade, lar, etc., do mesmo jeito que estão atualmente, vão ser iluminados como que atingidos pela luz do Sol que alcança a manhã, e vai se realizar um mundo claro do dia, de uma maneira positiva, alegre, e inesperadamente fácil. Como não há destruições nem retiradas, não precisamos de explosivos, nem perdas ou pessoas sacrificadas. As leis que foram comparadas às tochas que são necessárias para trabalhar no mundo da noite, também, sem ter que mudá-las vão se tornar desnecessárias e mesmo deixando assim, vão desaparecer e deixarão de existir.

Vamos pensar para ver. Desaparecendo as fronteiras, os atritos e lutas entre os países deixarão de existir, as guerras deixarão de existir, as leis e os tratados internacionais, os soldados para a guarda das fronteiras e os armamentos se tornarão desnecessários, e as indústrias, materiais, operários para fabricarem armamentos e os soldados poderão ser destinados às indústrias pacíficas. Existem pessoas que pensam que haverá recessão se não houver demanda de armamentos, e há pessoas que se preocupam com desempregos, ou os que falam do excesso de produção de alimentos. Mas há o encurtamento da jornada de trabalho, há também as indústrias de base, obras de aperfeiçoamento da infra-estrutura de água e meios de transporte; vamos ter estabilidade de moradia, roupas e alimentos, trabalhando o menos possível, e vamos escapar do temor das guerras.

"-Não preciso ouvir estas coisas agora, são coisas óbvias, mas o que é que podemos fazer. Vêm os inimigos invadindo, não tem jeito, nós temos que nos armar mais que eles." Assim dizem confessando a falta de inteligência. Me dá vontade de dizer: "-Mas o meio está bem ao alcance das mãos."

As atuais fronteiras internacionais são cercos da noite, são severos demais, e um dia se tornarão apenas traçados do mundo do dia num nível de simples nomes das regiões. As estruturas econômicas, as organizações políticas e sociais, os corações humanos e tudo o mais, se transformarão em claras figuras do dia. As pessoas que trabalham nos serviços públicos e os políticos, os estudos, as artes, as profissões em que se dedicam, as leis, os bens, tudo do jeito que está, há a liberdade que crescerá, se expandindo, se ajustando e se adequando cada vez mais, e automaticamente, sem nenhuma turbulência, irá crescer para a sociedade ideal.

Quanto aos bens materiais, às honrarias, às posições sociais que se faziam necessárias somente no mundo da noite, o simples ato de carregá-las vai ser um incômodo, e ficarão com vontade de se livrarem e serem mais leves no mundo do dia. Não seria assim ? Tem a estabilidade de moradia, roupas e alimentos pelo resto da vida, sem preocupações quanto a velhice, sendo assegurado o crescimento dos filhos e netos, as doenças quase todas eliminadas, e mesmo que tenha doenças podendo receber o máximo em tratamentos sem ter que pagar nada, as condições de tratamentos dos idosos, cada vez melhores quanto mais se chega ao completar da idade, que volta para a Natureza flutuando nas camas macias sonhando no êxtase da doce música. Numa sociedade assim, não há necessidade de acumular bens individualmente.

Em vez do paraíso pós morte, fazemos do momento da morte o máximo do estado da felicidade e do êxtase da vida toda.

Enquanto todas as outras pessoas estão com roupas leves, ficar usando roupas reluzentes, apertadas, pesadas e quentes chamadas honrarias, usando calçados de sola alta, difíceis de se equilibrar, chamado posição social, e ainda mais, com a coroa chamada chefia na cabeça e ficar com cara de satisfação, são atos possíveis só se forem palhaços trabalhando pela comida, ou um bispo num dia de procissão, e a maioria das pessoas não vai poder continuar fazendo isto em sã consciência, pela sua tolice.

Mesmo a agricultura, será mais pelo interesse que pelos lucros. A cultura de arroz também, será feito com prazer e gozo como se fosse cultivo de flores e plantas ornamentais. Fazendo concursos de fazer soltar cem pendões de cada grão, cada pendão com centenas de grãos, com grãos do tamanho de ovos de pardal. Nas épocas de primavera e outono, arando a terra com o trator como se estivessem em passeio. No verão, com a família para as praias e montanhas, e no inverno para as termas, cinemas, concertos musicais e outros prazeres ao gosto de cada um. Apreciando as flores e dançando ao luar. Assim será a vida humana, isto sim um conforto.

Trabalhando como exercício físico pela saúde, e mesmo nestes trabalhos, os seres humanos farão somente as coisas artísticas, pois o resto as máquinas os fazem com o simples apertar de um botão. Pessoas que aprimoram as suas especialidades, pessoas que se dedicam totalmente ao esclarecimento das razões das ciências, todos, cada um se dedicando nos seus caminhos, sem serem presos aos outros incômodos. Os religiosos também, sem terem que se atormentar com peso na consciência por causa dos sermões e pregações que nem eles entendem, mesmo que fiquem em meditação para que antes de tudo eles se iluminem, com certeza os alimentos serão colocados na sua frente, e sem sentirem falta de moradias e roupas, poderão ser os precursores para o céu e paraíso como verdadeiros condutores.

Não seria bom se se tornasse uma sociedade assim ? Se tornará até que facilmente. Que tal ? Existe um mundo realmente belo como se fosse o país dos contos de fada, e além disso um mundo dos fatos verdadeiros. As pessoas, na sua origem, não são pecadoras e não há a necessidade de arrependimentos, nem de pedirem perdão. Até a palavra pecado desaparecerá, e por isso tudo que amarra as pessoas perderá o seu uso.

No mundo do dia, é melhor que não existam cercos e paredes, pois assim haverá mais espaço e a visibilidade ficará melhor. Os incômodos como os passaportes e os câmbios de moedas desaparecerão, e as navegações ficarão livres. Também para as pessoas do país que prega a liberdade como reza, será uma verdade que saiu da mentira, e as coisas se tornarão fáceis para ambos os lados.